Furacões, tempestades e secas prolongadas são notícias há muito tempo, é o “Todo Ambiente” – Meio Ambiente – refletindo a sobrecarga das emissões de Ju e o desmatamento que cresce como câncer no mundo! Recentemente no Oceano Atlântico os furacões: José, Katia, Irma e, o pouco comentado, Maria – na região mais pobre do Porto Rico – alertam para a complexo desafio de nossa geração.
O Brasil também já teve sua cobrança com Catarina e Anita, além das crises hidrológicas e temperaturas extremas. O Brasil também é foco de pesquisas e investimentos internacionais e de interesse mundial para a preservação e conservação. Mas, o conflito de interesses e conflitos ambientais preocupam e acende o alerta!
Em Setembro passado aconteceu no Rio de Janeiro o XVI Encontro Verde das Américas, o “Greenmeeting Rio 2017”, um importante Fórum que visa propor soluções para as principais questões socioambientais e econômicas do Brasil e do hemisfério. Esse encontro reúne tecnólogos, pesquisadores, autoridades, representantes de empresas e autarquias, órgãos ambientais, professores e alunos universitários, representantes de instituições nacionais e internacionais, bem como diplomatas de vários continentes, com o mesmo propósito de realizar um importante debate em prol do desenvolvimento Sustentável e de melhores condições de vida no planeta.
Durante as palestras e debates foram apresentados dados preocupantes e previsões assustadoras tornando mais evidente a importância das ações tomadas em 2015, que resultaram nos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), baseadas nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Os desafios são imensos, é inevitável conter o aquecimento global. Mas, para mim, o ponto mais importante para tentar resolver esse problema é fazer com que todas esferas (municipal, estadual e federal) estejam engajadas na causa – com planejamentos, metas e ações integrados.
O Ph.D. em Ecologia Fábio Rubio Scarano – Diretor Executivo da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável apresentou no Greenmetting o “Plano de adaptação às mudanças climáticas” com diversas ações e atores em foco municipal para que, de fato, a mobilidade urbana, questões ambientais e redução da pobreza estejam sendo tratadas de forma planejada e integrada. E assim, não só as metas e ações mitigadoras serão eficazes, mas os municípios estarão preparados para os impactos do aquecimento global.

Nossa geração está em uma situação muito delicada, é a que mais vai sofrer as mudanças climáticas, e também é a responsável por mudar os rumos desta história! Alguns países há tempos investem no fundo Amazônia, pois sabem que ter esta fatia verde brasileira conservada é de interesse mundial. Mas, como caatingueiro, sei que o Brasil não é só Amazônia e Mata Atlântica, a Caatinga tem um potencial imenso que os tempos de esquecimento custaram caro!
O avanço da agricultura irrigada e os cortes do Ministério de Meio Ambiente são alguns dos fatores econômicos que agravam a situação do bioma caatinga. Este conflito de interesses somatizam aos impactos ambientais sentidos por aqui na maior crise hidrológica da história da bacia do Rio São Francisco.
Para ter uma noção do quão complexo é o desafio de interesses socioeconômico e ambiental, basta ver este gráfico simples das despesas que, após o contingenciamento de R$ 42,1 bilhões do orçamento federal de 2017, o Ministério do Meio Ambiente perdeu 43% da sua verba para despesas discricionárias, ou seja, aquela verba que o órgão tem liberdade de decidir como gastar. Ficamos à mercê do apoio internacional, que está sendo fundamental para subsidiar a conservação ambiental do “país mais rico do mundo”!
Mesmo com o quadro assustador ainda temos esperança, afinal somos “Homo Sapiens Sapiens”, sábio duas vezes (risos), com tecnologia e conhecimento capaz de transformar esta situação. Porém, conflitos de interesses estão nos deixando distantes desta realidade e a natureza – sempre certa – está nos cobrando diariamente pela nossa ganância!
A luta continua, cada um buscando entender e se sentir parte do “Todo Ambiente”! Somos responsáveis pelo que estamos passando e poderemos pingar gotas de transformação para, quem sabe um dia, juntos fazer chover sustentabilidade econômica, ambiental e social!
Rumbora, que ainda há tempo!