As histórias ribeirinhas são mágicas e encantadoras e, para mim, motivadoras.
Através do projeto Orla Nossa, tive a honra de conhecer Dona Joana e Dona Lelé, pescadoras desde de 1958 e apaixonadas pelo Rio São Francisco.
Cheguei em Janeiro de 2017 para coletar algumas amostras para analisar a qualidade da água. Sempre que estava no rio me chamava atenção aquelas senhoras simpáticas que passavam o dia pescando em condições insalubres – além de esgoto, havia muito lixo nas margens do Velho Chico. Parei então para conversar e explicar os riscos e elas me contaram que desde criança pescavam juntas ali próximo de onde estávamos. Mas, infelizmente tiveram que mudar seu lugar favorito de pesca por conta da poluição, e já estavam preocupadas, pois onde estavam pescando já estava ficando complicado.
Aquele relato me comoveu e me deu ainda mais força para iniciar as intervenções do Projeto, que é executado pela Prefeitura Petrolina-PE. Cerca de dois meses depois conseguimos tirar o esgoto daquele ponto específico e já vimos a qualidade da água melhorar com o controle das plantas aquáticas.
Todas as tardes que elas estão por ali faço questão de parar e prosear sobre o rio. As dificuldades ainda existem porém já liberamos neste trecho mais 120 mil alevinos, e as ações para combater o esgoto clandestino continua a todo vapor.
Continuamos com o trabalho e espero que consigamos realizar o pedido de Dona Joana: que o ponto onde elas pescavam quando crianças seja recuperado também. Fico muito feliz e motivado em poder contribuir para que histórias como esta não se apaguem da memória ribeirinha.
Já se vão 19 meses de Projeto e meu coração enche de esperança quando vejo imagens como esta, um pequeno Piau liberado por crianças no ano passado, fisgado por Dona Lelé. São gerações envolvidas, muito amor e histórias de luta pelo Rio São Francisco.
Rumbora!
Que iniciativa meu amigo e que história. Continue com o excelente trabalho, transformando a tudo e todos ao seu redor.
De:
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