Embaixo das Baronesas

Apesar do nome garboso e da sua importância biológica nos corpos hídricos, a Eichhornia é uma das bioindicadoras de ambiente eutrofizado, é a natureza tentando limpar a sujeira humana. Simples, os efluentes sem tratamento lançados ilegalmente nos corpos hídricos estão cheios de fósforo, nitratos e dão condições para a reprodução e mantença dessas plantas espontâneas.

Em condições naturais são extremamente importantes para o equilíbrio ecológico da fauna e flora. Porém, quando as condições de poluição são críticas, têm reprodução severa sendo por semente e broto lateral, fazendo o sombreamento e o acúmulo de matéria orgânica no local, trazendo impactos ambientais. Quando falamos em recuperação de corpos hídricos eutrofizados, devemos fazer o controle dessas “baronesas” através de remoção mecânica, concomitante a correção no saneamento.

Embaixo das baronesas podemos encontrar um ambiente anóxico (sem oxigênio e com presença de nitratos). Isto altera as condições naturais do trecho afetado e devemos redobrar a atenção para o sedimento decantado no fundo. Observe na foto a quantidade deste material encontrado na margem do rio São Francisco na Orla de Petrolina durante a revitalização do projeto Orla Nossa.

Todo este material decompondo no fundo do rio e suas reações químicas são prejudiciais sobretudo para fauna nativa. Durante o processo de revitalização foi necessária a remoção deste material. Gerando outra questão: o que devemos fazer com esse material?

Foi pensando na solução ambiental – em parceria com o curso de Agronomia do IF Sertão – que a AMMA está analisando as propriedades deste material para recompor áreas degradadas da caatinga (como jazidas desativadas) e usar o material como fonte de matéria orgânica melhorando as condições físicas do solo.

Mais uma vez mostrando a importância da parceria do poder público e acadêmico para solucionar questões ambientais. Em breve irei compartilhar os resultados deste estudo e os avanços do projeto!

Rumbora cuidar do Meio Ambiente!

Lutar por uma cidade sustentável! Você, o governo e a universidade: cada um faz sua parte!

Então, comece hoje! A natureza tem pressa!

Rumbora!